Bullying nas escolas é um problema mundial que pode ter consequências negativas para o ambiente escolar em geral e para o direito dos alunos a aprender em um ambiente seguro, sem medo.
Bullying também pode ter conseqüências negativas ao longo da vida, tanto para os alunos que intimidam quanto para suas vítimas. Embora grande parte da pesquisa formal sobre o bullying tenha ocorrido nos países escandinavos, Grã-Bretanha e Japão, os problemas associados com o bullying tem sido discutidos em todos os ambientes formais de escolarização.
Bullying é o conjunto de comportamentos diretos, como provocações, insultos, ameaças, tapas e até roubos que são iniciados por um ou mais estudantes contra um colega. Além de ataques diretos, o bullying também pode ocorrer indiretamente, de maneira que um aluno passa a ser isolado socialmente através da exclusão intencional. Enquanto os meninos geralmente fazem uso de métodos de intimidação direta, meninas são mais propensas a utilizar estratégias indiretas mais sutis, como espalhar boatos e assim causar o isolamento social (Ahmad & Smith, 1994; Smith & Sharp, 1994). Independente do bullying ser direto ou indireto, o componente chave da ação é a intimidação física ou psicológica que ocorre repetidamente ao longo do tempo, criando assim um padrão contínuo de assédio e abuso (Batsche & Knoff, 1994; Olweus, 1993).
Bullying é um problema que ocorre no meio social como um todo. A agressão ocorre em contextos sociais em que professores e pais geralmente não sabem da extensão do problema e outras crianças, que percebem a agressão se mantem relutantes em se envolver ou simplesmente não sabem como ajudar (Charach, Pepler, & Ziegler, 1995). Smith e Sharp (1994) enfatizam a necessidade de desenvolver políticas de bullying pela escola inteira, implementar medidas curriculares, melhorar o ambiente escolar, e capacitar os alunos por meio de resolução de conflitos, aconselhamento de pares, e treinamento de assertividade. Olweus (1993) detalha uma abordagem que envolve intervenções na escola, classe e níveis individuais. Ele inclui os seguintes componentes:
1. Um questionário inicial que pode ser distribuído para estudantes e adultos. O questionário ajuda a adultos e alunos tornarem-se conscientes da extensão do problema 2. Campanha de conscientização dos pais que pode ser realizada durante os dias da conferência de pais e professores ou através de comunicados. O objetivo é aumentar a consciência dos pais sobre o problema, apontando a importância do envolvimento dos mesmos para o sucesso do programa. 3. Trabalho em sala de aula com os alunos para desenvolver regras de classe contra o bullying. Muitos programas buscam envolver os alunos através de exercícios de encenação, ensinando nessa ocasião métodos alternativos de interação. Estes programas podem também apresentar a outros alunos como eles podem ajudar as vítimas e como todos podem trabalhar juntos para criar um clima de escola onde o bullying não é tolerado (Sjostrom & Stein, 1996). 4. Outro componente de programas anti-bullying incluem intervenções individualizadas com os bullies e vítimas, assim como a implementação de atividades de aprendizagem cooperativa para reduzir o isolamento social e aumento da supervisão de um adulto em momentos-chave (por exemplo, recesso ou almoço).
As escolas que implementaram o programa de Olweus relataram uma redução de 50% em bullying. Este é um problema sério que pode afetar drasticamente a capacidade dos alunos de progredir academicamente e socialmente. Um plano de intervenção generalizado que envolva todos os alunos, pais e funcionários da escola é necessário para garantir que todos os alunos possam aprender em um ambiente seguro e livre do medo.
Adaptado de : Ron Banks (2013) – Bullying nas Escolas. http://www.education.com/reference/article/Ref_Bullying_Schools/ Retirado de 15 de julho
Referências Ahmad, Y., & Smith, P. K. (1994). Bullying in schools and the issue of sex differences. In John Archer (Ed.), MALE VIOLENCE. London: Routledge. Batsche, G. M., & Knoff, H. M. (1994). Bullies and their victims: Understanding a pervasive problem in the schools. School PSYCHOLOGY REVIEW, 23 (2), 165-174. EJ 490 574. Charach, A., Pepler, D., & Ziegler, S. (1995). Bullying at school–a Canadian perspective: A survey of problems and suggestions for intervention. EDUCATION CANADA, 35 (1), 12-18. EJ 502 058. Olweus, D. (1993). BULLYING AT SCHOOL: WHAT WE KNOW AND WHAT WE CAN DO. Cambridge, MA: Blackwell. ED 384 437. Sjostrom, Lisa, & Stein, Nan. (1996). BULLY PROOF: A TEACHER’S GUIDE ON TEASING AND BULLYING FOR USE WITH FOURTH AND FIFTH GRADE STUDENTS. Boston, MA: Wellesley College Center for Research on Women and the NEA Professional Library. PS 024 450. Smith, P. K., & Sharp, S. (1994). SCHOOL BULLYING: INSIGHTS AND PERSPECTIVES. London : Routledge. ED 387 223.
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