As dificuldades de leitura podem afetar toda a vida escolar da criança. Pois, na progressão dos anos letivos, a aprendizagem de outras disciplinas depende cada vez mais da leitura e da escrita.
Além disso, um processo bem sucedido de alfabetização possibilita a performance inclusiva de crianças e de adolescentes no universo letrado. Isto significa o trânsito autônomo entre os códigos escritos usados em sociedade.
Assim, como surgem as dificuldades de leitura?
Quando nos alfabetizamos, usamos duas vias para a compreensão de leitura e para a produção escrita. Uma delas é a via fonológica e a outra é a via lexical. Pela via fonológica, aprendemos consciência fonológica, reconhecendo os sons de uma determinada língua e suas representações ortográficas. Pela via lexical, aprendemos, por sua vez, a representação escrita de palavras e de grafemas (como sílabas).
Algumas pessoas, ao se alfabetizarem, têm preferência por uma das vias: a fonológica ou a lexical. Outras pessoa usam as duas vias indistintamente. É importante ressaltar que os dois acessos à alfabetização são dependentes e fortalecem-se de maneira conjunta.
Quando uma criança possui dificuldades de leitura, é possível que o processo de alfabetização escolhido esteja ignorando quais acessos e quais estratégias são usados preferencialmente pela criança envolvida, pois estes fatores variam de aluno de para aluno.
Portanto, temos que difundir cada vez mais a ideia de que a alfabetização há muito tempo deixou de ser vista como um exercício motor para ser compreendida como um complexo fenômeno que engloba vários processos cognitivos.
Ademais, é preciso ter em mente o princípio de que a alfabetização e o letramento são práticas relacionadas. Melhor será a alfabetização, se trabalhada conscientemente como prática de letramento. Nesse sentido, a imersão no universo escrito e o prazer da criança na leitura tornam-se pautas relevantes.
Outras dificuldades de leitura e escrita que podemos mencionar estão relacionadas a disfunções como dislexia e síndrome de Irlen, entre outras. Na dislexia, as pessoas têm dificuldades, por exemplo, na identificação entre esquerda e direita, na percepção de espacialidade e em memória de curta duração. Já na síndrome de Irlen, as pessoas possuem muita sensibilidade à visão da luz, o que tira o foco do processo cognitivo da leitura, deslocando-o para o esforço físico que é preciso realizar ao ler.
A Casa Cuca é formada por uma equipe multidisciplinar que trabalha para reverter as dificuldades de leitura, entre outras dificuldades de aprendizagem. Profissionais especializados da área de educação, fonoaudiologia e psicologia trabalham com alfabetização, letramento e dirigem um acompanhamento diferencial para cada pessoa. Possuímos ferramentas de ensino como jogos e programas de treinamentos cognitivo como o Fast ForWord, que são exclusivos, e ajudam no trabalho de superação de obstáculos nas dificuldades de leitura.
Referências: CASTELA, Greice da Silva. OLIVEIRA, Ilda de Fátima de Lourdes. “Alfabetização e/ou letramento: implicações para o ensino”. Revista Línguas & Letras.” Unioeste, Vol. 14, Nº 26, Primeiro Semestre de 2013
PARENTE, M. A. M. P. SALLES, J. F. “Funções neuropsicológicas em crianças com dificuldades de compreensão e escrita”. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, Mai-Ago 2006, Vol. 22 n. 2, pp. 153-162.
Salles, J. F. & Parente, M. A. P. P. (2002a). “Relação entre os processos cognitivos envolvidos na leitura de palavras e as habilidades de consciência fonológica em escolares”. Pró-fono Revista de Atualização científica, 14 (2), 141-286
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