Estima-se que entre 3% e 6% das crianças em idade escolar apresentam dificuldade de aprendizagem matemática (Shalev, Auerbach, Manor, & Gross-Tsur, 2005), e que essa dificuldade geralmente persiste ao longo da educação formal assim como no período seguinte.
O mesmo foi demonstrado nos estudos de Jordan, Kaplan, Ramineni e Locuniak (2009): alunos que apresentaram baixo desempenho em matemática no jardim de infância possuíam menores ganhos na disciplina matemática durante o ensino fundamental. Butterworth, Varma e Laurillard (2011) afirmam que alunos com dificuldades de aprendizagem matemática geralmente experimentam dificuldades com a matemática na vida adulta.
Indivíduos, com ou sem o diagnóstico de dificuldade de aprendizagem matemática, podem enfrentar dificuldades de se desempenhar em atividades que envolvam matemática (Butterworth et al., 2011; Shalev et al., 2005;). Cabe lembrar que uma série de fatores ambientais pode estar envolvida em um baixo desempenho matemático. Exemplo disso é o estudo de Nunes e Bryant (1997) que demonstra que algumas crianças que não se desempenhavam bem na matemática escolar, por vezes eram capazes de aplicar os conceitos em seu cotidiano. Os autores trabalharam com a hipótese de que a linguagem demandada no contexto escolar era muito pouco familiar aos alunos.
Diferentes termos têm sido utilizados como referência às dificuldades de aprendizagem matemática[1] (Geary, Bailey, & Hoard, 2009; Mazzocco, Feigenson & Halberda, 2011; Powell, Fuchs & Fuchs, 2013), tais como inabilidades matemáticas [2] (Geary, 1993; Geary, 2000), dificuldades matemáticas[3] (Jordan, Hanich & Kaplan, 2003; Jordan, 2010), dificuldade de aprendizado aritmético (Koontz & Berch, 1996). Usualmente, esses termos abrangem uma ampla gama de critérios e causas para designar as dificuldades de aprendizagem matemátic Diferentes testes ou tarefas têm sido utilizados para mapear essa população assim como há divergência ao delimitar uma amostra: diferentes percentis têm sido utilizados, o que representa uma variação no critério de inclusão das crianças nesta classe (Aubrey, Dahl & Godfrey, 2006; Mazzocco et al. 2011).
Ao discutir distúrbios de aprendizagem[4] relacionados à aritmética é importante se atentar ao fato que o insucesso na aprendizagem matemática pode ser devido a diversas causas, incluindo ausência de pré-requisitos, capacidade intelectual limitada ou disfunções no sistema nervoso central.
A dificuldade de aprendizagem matemática pode estar relacionado à discalculia. Butterworth (2005), importante pesquisador da área, entende a discalculia como um déficit seletivo e específico de uma capacidade para entendimento de números, que leva a uma ampla gama de dificuldades em aprendizado sobre números e aritmética. A Casa Cuca é um centro especializado no oferecimento de serviços e materiais relacionados ao ensino e à aprendizagem no Brasil. Entre outros serviços e produtos, possuímos o Dyscalculia Screener, teste desenvolvido pelo professor Brian Butterworth para identificar tendências discalculicas.
Em inglês Mathematical Learning disabilities (MLD). Este é o termo mais utilizado atualmente pela literatura. Literalmente, o termo correto seria inabilidade, entretanto, optou-se pelo termo “dificuldade” por se acreditar ser o mais descritivo.Em inglês: Mathematical disabilities.Em inglês: Mathematics difficulties.Esta é a expressão utilizada pelos autores à época e se refere a um grupo heterogêneo de pessoas com dificuldades intensas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio matemático.
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