A dislexia é um dos transtornos de aprendizagem mais conhecidos na atualidade – e sobre o qual temos uma grande divergência de definição. Essa falta de definição é em si uma das características do transtorno, que pode ter muitas variáveis interagindo entre si para a constituição do quadro.
A dislexia do desenvolvimento não é uma doença, é uma condição, portanto não há “cura” e sim uma chance da mesma ser trabalhada. Essa condição dificulta alguns processos de aprendizagem, mas também permite que esses indivíduos trabalhem outras soluções interessantes e observem o mundo sob uma ótica diferenciada.
Algumas das bases neurológicas da dislexia estão relacionadas a alguma questão no desenvolvimento da dominância do hemisfério esquerdo, responsável pelo desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita e discriminação dos sons. Além disso, há bases genéticas na transmissão de cromossomos dominantes (sabe-se que grande parte dos casos de dislexia do desenvolvimento são familiares).
As características mais comuns da dislexia são inteligência normal, presença de distúrbio fonológico, alterações em processamento auditivo e visual, dificuldade no raciocínio lógico-matemático apenas quando há enunciado, disgrafia e manutenção de habilidades sintáticas e semânticas.
Vale ressaltar que muitas vezes mais de um tipo de dificuldade de aprendizagem pode estar presente, já que processos de aprendizagem ocorrem em partes semelhantes do cérebro. Um exemplo são casos de alunos com dislexia e déficit de atenção.
Há muitos métodos e linhas de trabalho com dislexia. Técnicas como o Slingerland Method, Orton-Gillingham, Linda Moodbell focam no ensino direto, utilizando vários sentidos para a aprendizagem. Ferramentas de treinamento cognitivo, como o Fast ForWord e o Cogmed também são conhecidas por sua eficácia em trabalhar consciência fonológica e memória operacional.
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