O reforço escolar ou tutoria (como também se conhece no Brasil) constitui uma alternativa para sanar dificuldades de aprendizagem, além de ser uma forma de evitar prejuízos no contexto escolar como, por exemplo, a reprovação ou a desmotivação. Ele pode ser encontrado na própria escola, em aulas particulares, ou em cursos extracurriculares.
No entanto, quais são os melhores critérios para optar pelo reforço escolar? Os responsáveis podem não ter tempo suficiente para ajudar na superação das dificuldades escolares das crianças e, mesmo que o tenham, muitas vezes eles precisarão de orientação especializada para receber um mapeamento específico das necessidades dos filhos e uma intervenção com as ferramentas didáticas apropriadas. A esse respeito, vale conferir dicas sobre como selecionar o reforço escolar no artigo “Vale a pena pagar pelo reforço escolar?”, de Bruna Niconielo.
Contudo, há um ponto sobre o qual não há dúvidas: o reforço escolar precisa constituir uma ação com resultados positivos (no sentido motivacional) e com propostas desafiadoras que aumentem a aprendizagem do aluno. Outro ponto consensual é que o acompanhamento escolar de crianças e de adolescentes volte-se para o desempenho global do estudante, durante o ano letivo. Uma das primeiras questões que os pais e responsáveis devem levantar, aliás, é sobre se o mau desempenho acadêmico encontra origem na instituição de ensino ou em alguma dificuldade específica do aluno.
No primeiro caso, é importante que o estudante sinta-se bem com o projeto e com a abordagem de sua escola. Ou seja, é desejado que ele se identifique com ela. Nesse sentido, os pais ganham muito ao ouvir a opinião dos filhos sobre a escola.
No segundo caso, é necessária uma avaliação de quais são as dificuldades do aluno, além de uma descrição de comportamentos que orientará a intervenção escolar a ser planejada e realizada. Se a intervenção de reforço escolar partir de um diagnóstico inicial das dificuldades do aluno, ela terá mais chances de ser bem sucedida. Conseguintemente, os resultados serão produtivos e o aluno encontrará mais prazer ao estudar, assim que observar que pode superar as dificuldades.
Ainda no caso de dificuldades individuais, muitos dos obstáculos encontrados na vida escolar podem estar relacionados não à preguiça, nem à indisciplina, segundo alguns mitos e atitudes negativas de profissionais e dirigentes escolares, mas sim a dificuldades neurológicas. Alguns exemplos dessas dificuldades são a dislexia, o déficit de atenção, o déficit de processamento auditivo, a discalculia, entre outros. Estima-se que até 10% dos alunos tenham algum distúrbio neurológico que atrapalha nos estudos. Portanto, a intervenção de reforço deve ir ao centro das necessidades de cada aluno para que ele obtenha o máximo de sucesso em relação ao currículo esperado (WIESEN, 2014).
Um exemplo brasileiro bem sucedido encontra-se em Zibetti, Pansini e Souza (2012). As autoras investigaram os efeitos do reforço escolar em oito escolas de Rondônia. Além da conclusão de que o projeto pedagógico coletivo é a maior garantia para que o reforço escolar funcione, elas observaram quando intervenções de reforço estigmatizam
os alunos e, inversamente, quando elas podem ajudá-los. O artigo, ademais, propõe uma reflexão contextual sobre a escola pública e políticas pedagógicas.
No caso das escolas bem sucedidas na realização do reforço escolar, foram criados “grupos pedagógicos de apoio”. Para maior concentração da equipe e dos alunos, os participantes do reforço eram encaminhados a grupos formados de acordo com as necessidades de aprendizagem, e não conforme as séries. Para tanto, as professoras trabalhavam com uma avaliação inicial. Assim, as atividades complementares de alfabetização diferenciavam-se do que era trabalhado em sala, tendo em vistas reforçar as bases para a aprendizagem. Assim, os alunos tinham atividades lúdicas que reforçavam ou a alfabetização (no grupo 1) ou o aperfeiçoamento de leitura e escrita (no grupo 2) (ZIBETTI et al, 2012).
A Casa Cuca é uma referência para o reforço escolar bem sucedido. Nós contamos com uma equipe multidisciplinar e com serviços como, por exemplo, a intervenção por meio de ferramentas de ensino, terapia educacional, e tutoria.
Os softwares Fast ForWord e Reading Assistant, por exemplo, são ferramentas cientificamente comprovadas que elevam os níveis de aprendizagem dos alunos com dificuldades de aprendizagem e de leitura (WIESEN, 2014).
Referências: NICOLIELO, Bruna. “Vale a pena pagar por reforço escolar?”. Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/vale-pena-pagar-reforco-escolar-641575.shtml Acesso em: Fevereiro/2014.
WIESEN, Norene. “Remediation vs. accomodation: helping students with learning disabilities succeed”. Disponível em: http://www.scilearn.com/blog/remediation-vs-accommodation-helping-students-with-learning-disabilities-succeed.php Acesso em: Fevereiro/2014.
ZIBETTI, M.L. T. PANSINI, F. SOUZA, F. L. M. “Reforço escolar: espaço de superação ou de manutenção das dificuldades escolares?”. In: Psicologia Escolar e Educacional. vol.16 no.2 Maringá July/Dec. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-85572012000200006&script=sci_arttext Acesso em: Fevereiro/2014.
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