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VAMOS BRINCAR DE ALFABETO MÓVEL?


Para os pesquisadores que estudam sobre métodos de alfabetização é bem conhecido o efeito positivo que atividades com alfabetos móveis têm sobre a melhora ou aprendizado da leitura pelas crianças. Alfabetos móveis são sílabas ou letras impressas em madeira ou papel, material fácil de ser produzido e encontrado em qualquer loja de brinquedos, mesmo aquelas que não são especializadas em materiais pedagógicos.

A atividade com esse material envolve, basicamente, apresentar letras ou sílabas para as crianças para que elas possam manipular e brincar de construir palavras. A atividade pode ser cópia ou ditado. No primeiro caso, os pais ou professores apresentam a palavra escrita e as crianças reproduzem o modelo, e, no segundo caso, a criança constrói a palavra a partir dos estímulos falados, que podem ser sílabas, letras ou a palavra inteira.

Se observarmos bem, verificaremos que muitas habilidades são treinadas com essa simples atividade, tais como: escaneamento visual da palavra inteira da esquerda para direita; compreensão de que as palavras são formadas por unidades menores (sílabas e letras); discriminação de todos as unidades de palavras muito parecidas (lato e lata); e, especialmente no caso do ditado, o estabelecimento de discriminações auditivas mais refinadas de sílabas e fonemas (sons das letras), pré-requisito indispensável para a aprendizagem de leitura.

Quando a tarefa realizada é de ditado, alguns autores a denominam de codificação, em referência à capacidade da criança de reconhecer o símbolo da letra falada e representá-la através dele.

Weiser e Mathes (2011) realizaram uma extensa revisão de literatura de estudos que empregaram tarefas de codificação com manipulação de fonemas e encontraram que participantes mostraram ganhos significativos em consciência dos sons das letras, leitura de palavras, soletração, fluência e compreensão. Para os autores, tarefas de codificação de palavras, fonemas ou padrões de sons exigem maior atenção às letras e capacitam os estudantes a desenvolverem uma discriminação ortográfica mais refinada das palavras. Vamos brincar de alfabeto móvel com nossas crianças? Camila Silveira, psicóloga analista do comportamento (CPTC)

Referências: Adams, M. J. (1990). Beginning to read: thinking and learning about print. Cambridge, MA: Mit Press. Allen, K. D., & Fuqua, W. R. (1985). Eliminating selective stimulus control: a comparison of two procedures for teaching mentally retarded children to respond to compound stimuli. Journal of Experimental Child Psychology, 39, 55-71.

de Rose, J. C. (2005). Análise comportamental da aprendizagem de leitura e escrita. Revista Brasileira de Análise do Comportamento, 1 (1), 29-50.

Bernardino Junior, J. A., Freitas, F. R., De Souza, D. G., Maranhe, E. A., & Bandini, H. H. M. (2006). Aquisição de leitura e escrita como resultado do ensino de habilidades de consciência fonológica. Revista Brasileira de Educação Especial, 12(3), 423-450.

Birnie-Selwyn, B., & Guerin, B. (1997). Teaching children to spell: decreasing consonant cluster errors by eliminating selective stimulus control. Journal of Applied Behavior Analysis, 30 (1), 69-91.

Capovilla, A. G. S., & Capovilla, F. C. (2004). Problemas de leitura e escrita: como identificar, prevenir e remediar numa abordagem fônica. São Paulo: Memnon.

Weiser, B., & Mathes, P. (2011). Using encoding instruction to improve the reading and spelling performances of elementary students at risk for literacy difficulties: a best-evidence synthesis. Review of Educational Research, 81 (2), 170-200.

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