Dificuldades de aprendizagem não significam baixa inteligência, preguiça ou falta de interesse. É possível que uma criança ou mesmo um jovem e um adulto tenham uma ou mais dificuldades específicas que causam obstáculos para os processos de aprendizagem, quando eles são realizados de forma tradicional.
O campo das dificuldades e transtornos de aprendizagem é muito amplo. O termo “dificuldades de aprendizagem” pode ser empregado para fazer referência a problemas acadêmicos, por exemplo. Já o termo “distúrbios de aprendizagem” engloba desde autismo e disfunções cerebrais a distúrbios mais específicos, de evidência neurológica, que podem ser diagnosticados apenas por equipe multiprofissional. As dificuldades de aprendizagem constituem fenômenos de múltiplos aspectos. Assim, elas nem sempre podem ser totalmente abordadas ou mapeadas. Elas podem ser desde simples e pontuais a complexas e intricadas. Contudo, o que se pode afirmar em linhas gerais é que as dificuldades de aprendizagem apresentam obstáculos para o processamento de informação no cérebro. Na área educacional, por exemplo, há desafios causados por dificuldades e transtornos de aprendizagem como: a dislexia; a discalculia; o déficit de processamento auditivo; o déficit de atenção e o déficit de atenção e hiperatividade, entre outros. A dislexia apresenta-se como uma dificuldade de leitura. O aluno pode ter problemas para associar letras e sons e reconhecer os signos escritos, por exemplo. Como o aluno encontra muitos desafios e emprega muitos esforços para decodificar o texto escrito, sua compreensão de leitura sai prejudicada. A discalculia é um transtorno neurológico que envolve a dificuldade com conceitos matemáticos, desde a manipulação de números, até a aquisição de conceitos aritméticos, ou ainda a percepção de espacialidade e de temporalidade. O déficit de processamento auditivo apresenta uma dificuldade para indivíduos, ao processar, lateralizar e memorizar sons, o que acarreta em baixa linguagem oral, baixa memória e sequenciamento, entre outras consequências. Ele deve ser diagnosticado por fonoaudiólogos. O déficit de atenção é de ordem neurológica. Com ele, o indivíduo apresenta uma grande taxa de desatenção. O transtorno pode ainda manifestar-se associado com a hiperatividade. Nesse caso, nota-se também uma alta presença de impulsividade. O processo para traçar um diagnóstico de TDA ou TDAH deve envolver professores, familiares, médicos neurológicos, psiquiatras e psicólogos. No Brasil, muitos professores não estão preparados para a percepção e o acompanhamento dessas dificuldades em contexto escolar, realidade que gera mais uma forma de exclusão em nosso âmbito educacional, além das que já existem. Ademais, culturalmente o Brasil ainda não tem muita abertura a conceitos neurocientíficos implicados na educação. No fundo, a situação pode ocorrer em muitos contextos e não apenas em nosso país. Assim, os alunos passam a sofrer, quando a meritocracia e o desempenho são instituídos como prática vigente. Dessa forma, o fracasso escolar ocorre também quando, por desconhecimento, os professores taxam alunos negativamente ou realizam abordagens impróprias. Podemos imaginar, por exemplo, um caso hipotético em que um professor ou outros profissionais que trabalham com um indivíduo disléxico, não ofereçam nenhum suporte oral para a informação; ou ainda trabalhar com um aluno com TDAH, mas sem permitir nenhuma movimentação. O mais relevante é que as dificuldades de aprendizagem sejam mapeadas para que os alunos passem por intervenções adequadas para que processem informações. Descobertas recentes no campo das neurociências também têm comprovado a plasticidade do cérebro. Ou seja, se mudamos nosso cérebro por meio de exercícios, podemos mudar também a forma como aprendemos. A Casa Cuca trabalha com ferramentas de ensino e intervenções que auxiliam indivíduos com dificuldades de aprendizagem. Venha nos conhecer!